Blog: da Professora Fátima Costa "Gentileza gera gentileza" O Que você pode fazer para mudar o mundo? Comece mudando a si mesmo. Ninguém muda o mundo se não consegue mudar a si mesmo ...
sábado, 24 de novembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
PROFESSOR ARY DE REZENDE- 28/10/2012
NOTA
DE FALECIMENTO – PROFESSOR ARY DE REZENDE
Na manhã deste
domingo, 28 de outubro de 2012, faleceu em São Paulo no Instituto do Coração –
Incor, aos 72 anos, o Professor Ary de Rezende.
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Ex-diretor da E.E.
Professor Antônio Alves Cruz, para a qual contribuiu como educador até o fim de
seus dias, atual presidente da Associação Fênix para o Desenvolvimento da
Educação e Cultura e conselheiro do Museu Afro Brasil, Ary dedicou sua vida
para o desenvolvimento de uma educação pública justa, construída por toda a
comunidade escolar.
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O velório será no cemitério do Araçá das 20h às 00h.
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Breve histórico
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Ary de Rezende
nasceu em 1940 na cidade de Piquete no Vale do Paraíba, mas passou quase toda
sua infância e parte da juventude em Lorena, interior de São Paulo. Terceiro
filho de cinco irmãos teve inda criança seu destino traçado: por conta de um
problema em uma das pernas não poderia realizar trabalhos pesados. Foi então
condenado à educação.
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Cursou as séries
iniciais em uma escola rural, o ginásio e parte do ensino médio em Lorena, aos
14 anos dava aulas para os amigos de escola. Em 1960, já na capital paulista,
foi admitido pela escola de aplicação da Universidade de São Paulo – USP, onde
cursou o terceiro ano do ensino médio. Também na USP fez graduação em Biologia.
Em 1965 foi convidado para dar aulas de biologia na Escola Estadual Professor
Antônio Alves Cruz, ainda no prédio anexo à escola Godofredo Furtado.
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No mesmo período
casou-se com Dona Imaculada, companheira de toda a vida com quem teve dois
filhos: Adriana e Marco Aurélio.
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Em 1966 tornou-se
diretor assistente e em 1967 assumiu a direção da Alves Cruz.
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Era um homem negro num país racista; diretor de uma escola pública
durante uma ditadura militar.
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No mesmo ano a
escola foi transferida para o que seria sua sede oficial, um prédio na Rua
Capote Valente. No entanto, apenas dois anos depois, em 1969, a prefeitura
anunciou a construção da Av. Sumaré e solicitou a demolição do prédio.
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“… Eu fui falar com o Faria Lima, ele disse que poderia me dar uma nova
escola, mas que não tinha o terreno…”
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Nos anos que se
seguiram, apoiado por alunos e pais de alunos, enfrentou o governo municipal e
só permitiu a desapropriação do prédio com o compromisso de construção de uma
nova sede para a escola.
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“… eu procurei Seu Dávio, um pai de aluno que era tesoureiro da
APM e trabalhava no INSS, eu sabia que o INSS tinha muitos terrenos. Nossa
solicitação foi prontamente atendida, recebemos uma lista e eu fui direto
naquele terreno.”
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O novo prédio ficou pronto em 90 dias, em novembro de 1971.
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“… Era uma barroca coberta por mato, não tinha sequer uma árvore… não
tem uma só árvore ali que eu não tenha plantado, disso eu me orgulho!”
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Ary dirigiu a
escola até 1976 quando foi convidado para integrar uma comissão da secretaria
de educação, após 11 anos passou a direção da escola para a Professora Maria
Ivone.
No mesmo ano deixou
a carreira pública atendendo a um convite para coordenar a operação de uma
empresa brasileira na África. Trabalhou na Nigéria e na Líbia por cerca de
quatro anos.
Nos anos seguintes,
de volta ao Brasil, trabalhou na iniciativa privada e posteriormente no
departamento de merenda escolar da prefeitura de São Paulo.
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Em 2000 foi
convidado por seus ex-alunos da Alves Cruz para participar de uma festa em
homenagem aos ex-professores e recebeu a notícia de que novamente a escola
estava ameaçada de fechamento.
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“Teve aquele jantar na Vila Madalena e os alunos estavam preocupados
porque a escola estava para fechar, ai eu disse: De novo!”
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De 2000 a 2012, em
parceria com seus ex-alunos Ary integrou e dirigiu o Projeto Fênix, iniciativa
que contribuiu para que a Alves Cruz não fechasse as portas, retomando de forma
vigorosa sua qualidade como instituição educacional, com participação da
sociedade civil e de toda a comunidade escolar, como nos tempos em que dirigia
a escola. Nos últimos anos de sua vida também foi conselheiro do Museu Afro
Brasil.
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Ary de Rezende foi
um homem honrado, que encheu de orgulho e alegria todos que o cercaram. Homem
de muitos feitos deixou para o Brasil e para a educação brasileira uma escola
erguida sob a convicção de que a educação de nossos filhos deve ser partilhada
e construída por todos nós.
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Para os que o
conheceram deixou um sorriso gigantesco, de esperança, luta e profunda alegria,
que ficará impresso para sempre em nossas lembranças.
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Ary, obrigado por
tudo, e sorte em sua nova jornada.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Notícias STF Imprimir Quinta-feira, 26 de abril de 2012 Ministro Joaquim Barbosa afirma que ações afirmativas concretizam princípio constitucional da igualdade
O ministro
Joaquim Barbosa acompanhou o voto do relator da Arguição de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF) 186, ministro Ricardo Lewandowski, e afirmou que
sua manifestação foi tão convincente e abrangente que praticamente esgotou o
tema. “O voto de Vossa Excelência está em sintonia com o que há de mais moderno
na literatura sobre o tema”, afirmou.
Autor de vários artigos doutrinários sobre a questão, o ministro
Joaquim Barbosa reproduziu parte de um texto que escreveu há mais de 10 anos
intitulado “O debate constitucional sobre as ações afirmativas” e fez
declarações pontuais para demonstrar o que pensa ser essencial em matéria de
discriminação.
“Acho que a discriminação, como componente indissociável do
relacionamento entre os seres humanos, reveste-se de uma roupagem competitiva.
O que está em jogo aqui é, em certa medida, competição: é o espectro competitivo
que germina em todas as sociedades. Quanto mais intensa a discriminação e mais
poderosos os mecanismos inerciais que impedem o seu combate, mais ampla se
mostra a clivagem entre o discriminador e o discriminado”, afirmou.
Para o ministro, daí resulta, inevitavelmente, que aos esforços
de uns em prol da concretização da igualdade se contraponham os interesses de
outros na manutenção do status
quo. “É natural, portanto, que as ações afirmativas – mecanismo
jurídico concebido com vistas a quebrar essa dinâmica perversa –, sofram o
influxo dessas forças contrapostas e atraiam considerável resistência,
sobretudo, é claro, da parte daqueles que historicamente se beneficiam ou se
beneficiaram da discriminação de que são vítimas os grupos minoritários”, enfatizou.
O ministro Joaquim Barbosa definiu as ações afirmativas como
políticas públicas voltadas à concretização do princípio constitucional da
igualdade material e à neutralização dos efeitos perversos da discriminação
racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. “A
igualdade deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por
todos, e passa a ser um objetivo constitucional a ser alcançado pelo Estado e
pela sociedade”, ressaltou.
O ministro lembrou que as ações afirmativas não são ações
típicas de governos, podendo ser adotadas pela iniciativa privada e até pelo
Poder Judiciário, em casos extremos. “Há, no Direito Comparado, vários casos de
medidas de ações afirmativas desenhadas pelo Poder Judiciário em casos em que a
discriminação é tão flagrante e a exclusão é tão absoluta, que o Judiciário não
teve outra alternativa senão, ele próprio, determinar e desenhar medidas de
ação afirmativa, como ocorreu, por exemplo, nos Estados Unidos, especialmente
em alguns estados do sul”, afirmou o ministro.
Ele ressaltou também que nenhuma nação obtém o respeito no
plano internacional enquanto mantém, no plano interno, grupos
populacionais discriminados. “Não se deve perder de vista o fato de que a
história universal não registra, na era contemporânea, nenhum exemplo de Nação
que tenha se erguido de uma condição periférica à condição de potência
econômica e política, digna de respeito na cena política internacional,
mantendo, no plano doméstico, uma política de exclusão, aberta ou dissimulada –
pouco importa! Legal ou meramente estrutural ou histórica, pouco importa! –, em
relação a uma parcela expressiva da sua população”, asseverou.
VP/AD
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